ECO DE CONCHA...
Vem um cardápio de cabeça:
Feijãozinho bem temperado
Arroz branco soltinho
Batatinhas coradas
Postas de carne magra, acompanhadas, às vezes, de pêssegos, fatiados ao acaso, bem doces,
ambos misturados e mal passados na manteiga, tudo muito acebolado e salpicado de pimenta.
E de sobremesa:
Pudim de claras e coco
De sabor delicado, alvíssima clara, amaciando o pesadinho branco coco
Caviar?...Já provei, não gostei, até me culpei...me imaginei comendo milhares de peixinhos
vindouros...uuuui.
E não me diga que caviar não é pro meu bico, que não tenho arte de comê-lo.
Se somente assim fosse comeria, porque comer saber basta querer.
Em não tendo como adquirí-lo, buscaria um pescador, implorando lhe diria:
-Por favor, me dê ao menos um esturjão, fique com as ovas...
Em troca, lhe preparo o melhor peixe e lhe convido a sentar à mesa, porque sei que não tem hábito, quase sempre, come pé no chão...
Comer saber é arte, mas saber comer é um dom.
E quando se aprecia muito o sabor, não se contenta em ser apenas provador.
Contudo, sou mais lado peixe do que lado pesca.
Sendo assim, só pescaria com amor, atraindo com redes de sabor. Jamais por obrigação.
E somente com rede praticando não seria genuíno pescador.
Porém, se assim fosse, ficaria tristonha mareada...como se a pescar dor.
Assim é o Amor Azulão... marinho submerso.