Sê
Deixa quieto
os seus ouvidos, sem falas,
a sua alma pede silêncio.
Vai vagar pela noite, quem sabe buscar
a claridade, mas não é tempo de estrelas,
vai sonhar sem motivos,
cria a sua própria lua,
basta o presente, olha o céu...
As plumas
que passam à voar,
cada folha caída que que você vê na rua
trazendo lembranças indesejadas,
arruma um lugar no escuro,
fica.
Vai esperar a madrugada.
Não quer a poesia, quer o coração calar.
Você pensa em pegar a estrada,
mesmo que pareça sem fim.
Às gargalhadas
sê indiferente...
Cala os seus sonhos, feito quem engole
o choro,
seja solidão, mais nada, caminha.