O NASCER DA POESIA

Hoje, nada vejo!

Mas meu eu lírico, tudo vê,

E como se fora uma antena de TV

Capta os sinais das “ondas”

Que vêm de você.

Então, o poeta, que nada cria,

Apenas recria,

O que o seu eu lírico vê.

Pensa, vê e observa...

E se reserva

À transcrição.

O poeta, meio triste,

Escreve a alegria

Da euforia

Que no teu olhar.

Ele lê.

E o poeta, triste por quê?

Porque poeta

Também se entristece

Quando não vê.

Mas se o eu lírico viu,

Transmitiu

E logo sorriu

Ao poeta

A quem transmitiu.

E o poeta, assim esqueceu,

A sua tristeza

Com a qual amanheceu,

E sorridente

Ele se fez comovente

Com o teu eu.

Pegou um papel

E escreveu.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 12/07/2020
Código do texto: T7003732
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