A TRAVESSIA
A infância e a adolescência, deixaram as gratas recordações,
Na fase adulta, as duras batalhas e a família em formação,
E a seguir vêm os filhos firmando o amor nos corações,
Surge a plataforma social e desenvolve a evolução.
Então, logo surgem os netos renovando e trazendo emoções,
Os avós orgulhosos dispensam a seus netos toda atenção,
Curtem mais essa fase da vida pois há menos pressões,
Agora têm mais tempo, a ser dedicado à meditação.
E vem a terceira idade, desenvolvendo o hábito das reflexões,
Começam a vir perguntas, e não estavam na programação,
Exigindo os esforços, para atender todas as indagações,
O problema é achar respostas, e com elas a solução.
A racionalidade bem inquieta corre atrás das suas pretensões,
Examina as sutilezas vazias dos sofistas na sua enganação,
O rebanho das ovelhas é disperso no meio das multidões,
Os péssimos exemplos dos sofistas são a orientação.
Escribas e fariseus se unem e trabalham na fábrica de ilusões,
Nas ladainhas repetidas e caóticas eles tecem a distribuição,
Viúvas e ovelhas, são enganadas com as longas orações,
Elas supõem, que frequência aos templos é salvação.
Aprendem a carregar ídolos nos ombros em longas procissões,
Também a prestar culto à rainha dos céus fazendo adoração,
Em sua homenagem ergueram os templos para confusões,
Os escribas, com certeza, são mestres na mistificação.
Organizam o calendário anual com o planejamento de sermões,
O Espírito Santo é encarcerado não necessitam da inspiração,
E, no roteiro das festividades, planejam todas as diversões,
O escriba paramentado comanda toda a representação.
Resultado final dessa longa caminhada, é variável nas direções,
Maioria se transforma em ovelha, no rebanho finda a incursão,
A menor parte percebe as artimanhas, e suas contradições,
Esta parte sai fora, sem intermediários, busca a solução.
Esses privilegiados, assumem por si mesmos, as peregrinações,
Cautelosos observadores, seguem solitários buscando direção,
Então não foram iludidos pelas artimanhas dos espertalhões,
Pela Graça inacessível aos sofistas, recebem o galardão.
Faz mil e setecentos anos, que esses sofistas agem nos porões,
Eles entorpeceram a mente dos povos, tal como uma abdução,
E não há o que possa fazer para que aprendam novas lições,
O rebanho segue iludido, confiante e preso à doutrinação.
Chega o tempo em que entre o trigo e o joio haverá separações,
O trigo será replantado na primitiva origem e junto ao Coração,
E o joio colhido será transportado para o núcleo das aflições,
Encerra-se a Geração Cósmica, já concluída a purificação.
Espertinhos, ficam em cima do muro escondendo as inclinações,
Não são frios e nem quentes, são mornos e ficam na oscilação,
Luz e Trevas, pela sua natureza não aceitam as indefinições,
É conveniente revisar a posição e tomar logo uma decisão.
Ouve-se ao longe o apito do trem ele para em todas as estações,
Convém apressar-se, respirar fundo e ficar com a mala na mão,
Esse maquinista é rigoroso e pontual, e pode fazer restrições,
Ainda, convém selecionar o que vai na mala, com precisão.
Finalmente eis o trem e o embarque rápido com as deprecações,
Feito não é desfeito, não feito não será feito, a hora da aferição,
E, sob a luz do microscópio, percebe-se, até micro arranhões,
Não há sutilezas e sofismas eis a malha fina da separação.
Chega ao fim da prosa poética, quem está em busca de soluções,
Alpinistas, mergulhadores, levam na bagagem a sua obstinação,
Não desistem enquanto não encontram a solidez das opiniões,
Geralmente, os seus esforços recebem justa compensação.
E para eles, são dirigidas as mensagens destas simples incursões,
Com certeza esses polivalentes pesquisadores jamais desistirão,
Até que encontrem todas as respostas, e que sejam aceitáveis,
Obtendo prévia tranquilidade, frente às tribulações que virão.