ESCAFANDRO.

ESCAFANDRO.

Sem mais tempo para flutuação. Hoje, mergulho num mar de emoções,

sem mais hesitações. Mergulho nas profundezas dos sentidos, dos quereres incontidos, dos abraços adiados, há tanto esperados. Mergulho com foco na travessia. Caso me perca, procuro a estrela guia. Não desprezo os perigos, nado em vários estilos. A cada braçada, a certeza e a determinação. Da correnteza, nado a favor. Dos naufrágios, já fui vítima, mas sobrevivi, por pouco, não morri. Desafoguei o pranto, afogando as mágoas. Respirando de boca em boca, pela tua, eu procurava. Renascida, não temo mais as águas. Entre o céu e o mar, procuro pelo azul e pelas estrelas que caem das alturas e se perdem nos mistérios do oceano. Respiro, ganho fôlego e nado em busca dos corais, nas águas que me trazem à vida. Sou amiga das marés, na subida ou na descida, não importa qual a lua. E nessa fase tão marítima, dou as costas para o medo, e nado de peito aberto. Faço do escafandro um poema e, do mergulho , um grande salto na profundidade desse (A)MAR.

Elenice Bastos.