Consciências III

1969...

Ontem, vi o campeonato europeu de ginástica artística, feminina, de 69. Estou acompanhando uma novela mexicana de 95. Encontrei uma música com a qual estou fascinado agora, de 93. Semanas atrás (que já parecem meses atrás), vi as cerimônias de abertura das olimpíadas de 88 e 92... A internet revelou pra mim que a minha alma não tem preferência de tempo. Até parece que prefiro o passado, mas a cultura é relativa. O modo de ser, se vestir e odiar, dos anos 20, poderia ter se mantido até hoje em dia, por exemplo.

Amigos para sempre em Barcelona de 92. E a União soviética já não existia. O muro de Berlim caiu, mas existem muitos outros ainda de pé. Ventos de mudança de um certo escorpião mostrou ser apenas uma brisa passageira. O mundo debaixo continuou não sendo amigo de verdade, como da música da olimpíada.. ou piada. Só de brincadeirinha... A humanidade celebra sua suposta união a cada 4 anos, com ou sem guerra nuclear.

Parou de descascar

Passei a adolescência com vergonha de minha face rósea e descascante. De uns meses pra cá, simplesmente parou. Parece que é só eu parar de pensar em algo do meu corpo que não gosto, e deixa de ser um "problema'. Agora preciso desviar minha ansiosa consciência da irritação na axila esquerda.. O problema é pra onde que irá canalizar desta vez...

Essa pandemia...

... é mais uma desculpa pra não me entregar de bandeja à essa roda de exploração e alienação, controlada por indivíduos sórdidos. Me sinto um perverso vagabundo. Também uma vítima deste mundo ignóbil. Também como alguém que não tem nada a declarar. Ninguém é obrigado, teoricamente, a trabalhar. Contanto que tenha quem o sustente... que tenha piedade de sua franqueza..