Madrugada
" Hoje de madrugada, abri a janela, olhei para a lua, peguei o relógio de pulso conferindo as horas. Ainda faltava meia hora pra meia-noite, poderia até me jogar sob o lençol na cama e tentar dormir mas preferi revirar minha mente olhando suas fotografias.
Agora balanço a taça de vinho enquanto mil pensamentos borbulham.
Eu estava sozinha sob a janela da rua, do bairro. Todos já se ausentavam do cenário. Um fio de sentimento ainda me escravizada e por isso eu estava na janela.
Aqueles olhos castanhos era a dose que eu tomava, os beijos que eu pensava era o veneno que me matava.
Alguém de portas trancadas ouvia Roberta Miranda e aquilo penetrou meus ouvidos mas eu queria mesmo era a ouvir a voz dele.
Eu não me importava se um furacão invadisse a casa, a menos que isso fosse ele entrando pela minha porta.
Ah eu até tento dormir em paz mas como haver paz se ele entrou na minha vida, arrancou os cadeados e sentou na poltrona cardíaca que antes estava cheia de teias e arrepios.
Aquelas estrelas me lembravam um sorriso que eu sabia que jamais veria com meus próprios olhos mas mesmo assim eu ainda me iludia o querendo e sentindo tudo aquilo que o amor pode proporcionar.
Sob o sabor do vinho eu me alucinava com uma visão apaixonada e depois me perdia novamente.
Era as horas se passando, a garrafa esvaziando e um nome o meu coração ia chamando