Lembrar-se
Minha pele bebe avidamente a chuva fria.
Maldita seca civilizatória!
Maldito conformista céu azul!
Malditos sejam os vendedores de guarda-chuvas!
Malditas sejam as marquises!
Maldita seja essa roupa e seu calor ilusório!
Malditos sapatos me protegendo do chão duro!
A chuva tamborila ferozmente o telhado
Abafando o silêncio barulhento e cinza.
A rua chora de alegria pelo meio-fio.
As árvores dançam discretamente ao longe
O céu em violeta se veste e se desmancha.
Eu esqueci o guarda-chuva e lembrei de mim!
Dara Le Fay 3/12