Carta à amiga

Carta à amiga

Amiga.... tenho me sentido só....mas uma solidão interna. Tenho entrado pra concha....mergulhado nas minhas dores.....

Venho me escondendo das dores do mundo. Me fechando em mim.

Sinto-me carente...mas tenho sido incapaz de ligar pras pessoas.... como se eu estivesse a um milhão de anos luz de cada um.....e tenho questionado algumas amizades....se são realmente de verdade....

Tive muitas perdas simbólicas de uma ano pra cá.... foi antes da Pandemia.... Foi a partir de ter quebrado o pé... descobri que dependo mais de mim do que de outrėm..... e tenho trabalhado para que meu amor próprio não fique aquém.

A partir do pé, descobri que eu mesma me salvo. E que apesar desejar construir histórias de amizades....e sou capaz de só construir a minha história, na verdade. Amizades construímos esporadicamente com quem nos dá a mão momentaneamente... digo quem está disponível na hora...as mãos, afinal, vão e vem... e nem sempre estou perto de alguém. Isso faz parte

Estou bem. Extirpando a dor...que seja lá como for.... tem muita pra sarar.... E cada uma tem a sua...e Oxalá.....por que cada uma é importante.

Tenho estado constante na minha busca....

Tenho curtido a minha própria companhia...

Tenho exorcizar o os maus pensamentos...

As lembranças de julgamentos que quando escuto , grudam em mim....e demora tempos pra sair...

...e tenho me afastado das amigas que me julgam..... ( que não é o seu a Caso!)

Tenho me recolhido....por que afinal, este é um momento de recolhimento..... Esperando que o sol novamente seja pra todos....por que afinal de contas, sou a favor de gozos coletivos....

Eu também estou mal. Temo pelo futuro...e esse talvez seja o maior barulho: muitas vezes não me deixa dormir na hora certa....

Daí...tenho pintado de madrugada....viajado nas tintas...pra não viajar nas telas....e nas novelas das vidas alheias...

Ando lendo,escrevendo, estudando....brincando pouco, cuidando muito: cozinhando...fazendo o mercado....cuidando da divisão de tarefas..( mal e porcamente...)

Vou indo, como toda gente...devagar e sempre

E a divagar solenemente

#flaviavalencalimapoeta