Julho de 2000

Às vezes, vale ouro ficar sozinho. Não como um desejo eterno, mas como um momento, desses, de coisas sublimes. Talvez, algo passageiro, onde o ambiente seja vago para ser invadido de reflexão.

Supostamente, interpretaríamos como um tempo feliz, quiça não fosse o compulsório ciclo, aquele, nos dizendo o que fazer.

A validade desse ensejo ou do acaso estaria nas chances de escrever, ler, conversar com nós mesmos - a pessoa mais importante do nosso mundo e da nossa vida.

Estaríamos assim rodeados de ideias e de ilusões, revestidas de um silêncio misterioso e sensações latentes, transformadas em sonhos dourados.

Ainda que, de relance, pingasse uma lágrima, essa escorregaria em nosso rosto como um pincel que desliza numa tela, com todo propósito da imensidão, pela dor ou sabor que cada vida-pintura tem.

A imensidão de pensamentos causaria sérios efeito no ócio. Efeitos de tensão e de medo, de perdão e de sentimentos de amor por nós mesmos.

Sentimentos possuem uma proporção de valor: como se alguns fossem mais superiores, mais respeitados ou benquistos. Tudo por conta dos nossos defeitos e limitações.

Talvez, se decidirmos a nossa vida a partir de momentos de solidão, não estaríamos tão perdidos na celeridade das coisas. Esse momento seria um mimo realizado das grandezas humanas - compreendido na sua quietude e nas revelações de estima e poesia.

Esse texto foi escrito no ano 2000 e nunca, antes, mostrado. Hoje, completou 20 anos de existência e veio dá um passeio por aqui.

@fabioalvinopsi

Fábio Alvino
Enviado por Fábio Alvino em 01/07/2020
Reeditado em 05/07/2020
Código do texto: T6992800
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