O TORMENTO DE EZEQUIEL

A língua de Ezequiel colada,

Então, a linguagem foi travada,

A inspiração assim ficou fechada,

Devia aguardar que fosse liberada.

Imaginando, que ele era o culpado,

Falava consigo mesmo, e irritado,

Queria frutificar como esperado,

Ninguém ouvia esse coitado.

A frutificação não aconteceu,

O erro é claro, só pode ser seu,

Sophia se cansou e desapareceu,

O Espírito carinhoso se enterneceu.

Ficou, a velha companheira solidão,

E com ela a sua amiga frustração,

Elas trazem a tristeza pela mão,

Ele calado, perdeu a direção.

E a inspiração foi-se embora,

A alma então se lamenta, chora,

Veio o desânimo, que só colabora,

Para acelerar a vontade de cair fora.

Mas, as saídas estão bem fechadas,

Comunicações, foram bloqueadas,

E sentinelas estão nas estradas,

As palavras estão amarradas.

Ezequiel espera, calmamente,

Não deve ser assim, impaciente,

E aguardar o chamado novamente,

Para voltar a profetizar, eficazmente.

Mantenha-se firme, profeta Ezequiel,

Um colaborador que sempre foi fiel,

Um combatente do inimigo cruel,

Transforma amargura em mel.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 27/06/2020
Código do texto: T6989583
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