O TORMENTO DE EZEQUIEL
A língua de Ezequiel colada,
Então, a linguagem foi travada,
A inspiração assim ficou fechada,
Devia aguardar que fosse liberada.
Imaginando, que ele era o culpado,
Falava consigo mesmo, e irritado,
Queria frutificar como esperado,
Ninguém ouvia esse coitado.
A frutificação não aconteceu,
O erro é claro, só pode ser seu,
Sophia se cansou e desapareceu,
O Espírito carinhoso se enterneceu.
Ficou, a velha companheira solidão,
E com ela a sua amiga frustração,
Elas trazem a tristeza pela mão,
Ele calado, perdeu a direção.
E a inspiração foi-se embora,
A alma então se lamenta, chora,
Veio o desânimo, que só colabora,
Para acelerar a vontade de cair fora.
Mas, as saídas estão bem fechadas,
Comunicações, foram bloqueadas,
E sentinelas estão nas estradas,
As palavras estão amarradas.
Ezequiel espera, calmamente,
Não deve ser assim, impaciente,
E aguardar o chamado novamente,
Para voltar a profetizar, eficazmente.
Mantenha-se firme, profeta Ezequiel,
Um colaborador que sempre foi fiel,
Um combatente do inimigo cruel,
Transforma amargura em mel.