Janta
Olho o cardápio, ele que diz as necessidades da carne?
As minhas não estão descritas.
Vejo os sorrisos.
Um amontoado de dentes, que não expressam alegria.
Superficialidade, ilusória e mentirosa.
Os mesmos cumprimentos.
Abstratos.
genéricos.
Os quais não dizem nada.
Os mesmos brindes, automáticos.
Sem criatividade sequer.
Não expressa a verdade celebrada.
Mas o nada de coisa alguma.
Que Pode ser qualquer coisa.
nada.
Um ritual autômato como deglutir.
Engulo o entalo.
Bolo alimentar.
E fico cheia.
Pesada.
Sinto o gosto da bile vindo a garganta.
Vomitaria o bolor incrustado em minhas entranhas sobre a mesa.
Para que todos sentissem o nojo.
Que hora engulo.