E ventava
Começava a noite, vi uma casa, porta marrom
Um vento suave, ele me refrescava o corpo
Adentrei naquela casa, a sala, um sofá
Um antigo relógio, estava na parede e emitia sons hipnóticos
Sentei no velho sofá, vi uma moldura, uma foto de mulher
Eu, naquela sala, sala sem ninguém, e me veio de repente
Uma mulher, cabelos pretos, vestia um vestido lilás
Rosto pálido, dei-lhe boa noite, ela deu-me rápido sorriso
O que você quer? Ela quis saber
Nada, vim somente para ver-te, apenas isso
Perguntei-lhe quem era a mulher da foto, da moldura
A mulher (de vestido lilás) nada respondeu, fiquei constrangido
Em silêncio – e a olhei nos olhos, tinha um belo rosto, bonita
Disse-lhe, vou embora, amanhã venho aqui, ver-te novamente
Disse-me, não, não venha, não estarei aqui amanhã
Levantei-me, a noite esfriava, e ventava, levantei-me
Abri a porta, a rua deserta, saí, e a mulher ali, parada
A me olhar, silenciosa, fria
E fui embora, naquele início de noite.