Nonagésimo sexto dia
"A quarentena de um poeta"
Nonagésimo sexto dia:
Um governo confuso, repleto de contradições expostas ao resto do mundo numa época que será inesquecível e marcante para a nossa história nos deixava envilecidos.
Era similar a um ídolo de cultura de massa que estoura com sua banda a encantar milhões de pessoas e que se for mal assessorado, sua carreira despenca a perder seus tietes.
Seu conselho fora formado por pessoas incompetentes que cometiam gafes e amadorismo em suas ações a empurrá-lo cada vez mais para o despenhadeiro.
Contratara os serviços de alguns indesejáveis indivíduos da sociedade que foram investigados por delitos de crueldade, mas mesmo assim os defendia a associá-los a sua família.
Vestira um roupagem forçada de bom samaritano diferente do seu jeito louco de atuar e visivelmente se incomodara. Diminuíra seu ritmo solto de atender os seus seguidores ao ignorá-los na saída da porta de seu camarim.
Era necessário que o venerado líder tivesse a arte de lidar com o público com tolerância e respeito para que a recíproca fosse verdadeira, o que se conseguiria com aproximação de alguns intelectuais da piscologia que estudaria a origem do seu comportamento tão agressivo a ajudá-lo e não com os retóricos líderes de seitas que lideravam a fila do oportunismo.
Os críticos não o perdoaram a debaterem sobre toda a sua trajetória e a mídia mostrava os momentos especiais com um dos seus amigos denunciados desde os tempos da servidão do exército até os dias memoráveis de encontros familiares.
Esse amigo chorava em uma cela isolada de um complexo da zona oeste cercada de centenas de hienas a querer devorá-lo, pois outrora vestira a farda que abusava da autoridade.
Em suma, o palco do artista contivera os mesmos instrumentos, porém, os componentes da banda pútrida estavam a abandonar o show que estava a ser destinado ao fracasso.
O fracasso
O poder da cultura de massa
É tão rápido quão o sucesso
Tudo que é lépido passa
E não tem regresso
É como um terremoto
Que surge tão de repente
Tal qual um punhado de votos
Que elege um presidente
O grupo de fãs se decepciona
Com as suas apresentações
Até os que pegam carona
Sofrem com suas agressões
É o fracasso do mito
Que no palco perde a voz
Mas confia no plebiscito
A prosseguir seu domínio atroz