MÁSCARAS
Só vejo teus olhos por detrás das máscaras.
Onde está teu sorriso, teu semblante
Não vejo teus lábios, carnudos insinuantes.
Já não desfruto o desejo dos teus beijos.
Olho-me no espelho, mal reconheço minha fronte.
Tudo desapareceu como por encanto.
O medo, a angustia, invadiram o mundo
Nivelaram-se as faces, transbordaram-se os prantos.
Afastaram-nos uns dos outros pela invisível força do mal.
Por onde ondas... oh! amor de tantos?
Agora o que nos resta fazer nesse universo fecundo?
A quem destinar nossa volúpia,
Nossa inveja, nosso egoísmo imundo?
Aos milhares de irmãos que se foram sem velas?
Ou aos que ainda restam contemplando as estrelas?
Caíram-se as máscaras...