Nonagésimo segundo dia
"A quarentena de um poeta"
Nonagésimo segundo dia:
Os mandados de prisão assinados pelo mosqueteiro da corte que fora ameaçado amanheceram nas mãos dos oficiais que aprisionaram os responsáveis dos tantos atos contra a democracia e uma investida de ataque contra o prédio da corte através de afronta e estilhaços de foguetes de pólvora. A prisão tão desejada da líder exibicionista do grupo apoiador do chefe mor que se alcunhou inverno ou fascista fora, enfim, concretizada.
Uma cruz de ferro nazista alemã tatuada na fronte superior de seu torso também confundia os seus adversários que aguardavam uma severa punição, entretanto, o seu conhecimento científico político era graduado a defendê-la.
Seu passado conturbado de derrotas e inversões de ideias a deixaram vulnerável à arremetidas dos seus odiáveis.
O boneco eunuco fardado não interviera em sua defesa, pois outrora fora humilhado pelos seios nus ativistas e receara de sua credibilidade a ficar em silêncio.
Mas paralelamente havia um amparo custeado por financiadores do crime que propagava via patranhas.
"Que tenhas o corpo" era a solicitação dos exímios defensores da militante que tentaram finalmente o seu principal objetivo: Uma prisão ilegal com a alegação de ser política.
A mídia opositora dava ênfase ao caso a torná-lo mais importante que o combate ao inimigo biológico que não dava trégua com avanços para o interior dos estados enquanto que outros meios de comunicação exibiam os vetos dos projetos de lei do comandante do planalto
a exaltar quaisquer que fossem suas atitudes.
Atrevida
Ela antes mostrava os seios
A protestar contra a misoginia
A castrar sem nenhum receio
O boneco da tirania
Aliou-se aos democratas,
Os opositores ambidestros
E foi do partido enxotada
Pela afronta dos seus gestos
A defender o feminismo
Foi acusada de burlar
Já tinha traços do golpismo
A ser expulsa do altar
E tatuou a cruz de ferro
Em cima do coração
Desacatou a lei aos berros
A desafiar o guardião