Lacrimal
Tais quais fantoches, as tiras negras da noite, se arrastam no chão e varrem enxergues. Pisoteio incertezas.
As estrelas se acendem nas réstias do crepúsculo. Cintilam poemas recitados pela opacidade rochosa no corpo de cada uma.
Impregno-me de cheiros passeantes pelas frestas das saudades.
Sou viajor pelas paisagens noturnas de meu ser.
O silêncio atiça farfalhares de brisas por entre as folhagens, para ouvir canções resvalando na mata. Desfio solitude nas bordas da estrada.
O luar ousa se despir e joga suas vestes de brilho pelos campos em quietude. Meu olhar vagueia pelas indefinições de sombras, que se projetam lentamente pelo chão.
Pirilampos parecem nortear magias da noite, como que acendendo versos e apagando em seguida, num mural de poesias e ilusões.
Caminho pelos caminhos escondidos das minhas emoções, que desaguam no canto dos olhos. Viram cachoeiras embebidas da distância de um amor ido, mas presente ainda.