Nonagésimo primeiro dia
"A quarentena de um poeta"
Nonagésimo primeiro dia:
A líder da organização que avaliada pelo tribunal supremo como criminosa teve por diversas vezes a sua ideia de ser presa por injúria e desacato frustrada. A sua prisão iria gerar um impacto muito grande nos seguidores do comandante e ela poderia se transformar em uma heroína de guerra. Ela se sentira como no vale estreito onde os "300" se mantinham vivos, porém estavam a ser desmontados pelo alvo que obtinha todos os poderes para derrubá-los.
A audácia do seu pequeno grupo era grande em tentar atingir o supremo adversário com flechas de fogo que explodiam no ar.
Bastara saber se o minúsculo exército era uma alusão aos guerreiros de Gideão que cada soldado com apenas uma buzina e um jarro com uma tocha dentro venceram a batalha ou aos de Esparta que quando foram dispersados do vale angusto e estratégico, perderam a peleja.
O poder do povo estava a ser mal representado por pessoas que cometeram riscos de agravos a saúde pública, pois além dos lançamentos de estrondos artificiais em direção a casa que guarda a lei, apresentavam-se sem máscaras de proteção ao exibir mais uma vez faixas antidemocráticas.
A ideia de desmoralizar o poder do supremo estava a cair por terra, pois diferente da batalha mais heróica da antiguidade, aquela fugia dos padrões éticos da guerra.
Aquele fato despertara milhares de manifestantes do sudeste brasileiro que foram às ruas a fazer pleitos comuns em defesa da democracia.
Os grupos de loucos, verdões, soberanos e peixes estavam unidos em manifestos a favor da vida que poderia finalmente ser a partida da paz nos estádios de futebol.
O adversário era comum e o mosaico costumeiro das arquibancadas se transformara em gritos de insultos na geral provocados por mais uma atitude negativa do chefe mor de incentivar a invasão dos hospitais para uma contagem desnecessária.
Mas felizmente os ânimos foram controlados por uma massa pensante e o protesto terminara pacificamente com as mensagens de "não" às barbáries que assolam o nosso povo trabalhador.
As bandeiras de guerra
Um vale estreito dos trezentos
Era a estratégia da milícia
Que atrasava os eventos
E o poder de polícia
Sem chance de glória
Desafiaram o tribunal
Que na certeza da vitória
Os tiraram do val
E na rua larga dos milhares
Pleiteava uma só torcida
Era a símile dos Palmares
Que lutava pela vida
E na avenida, o coro
Não era o choro da espada
Era o grito das bandeiras
As da democracia organizada