Um bilhete ao tempo
Fica um soneto de Neruda de Florbela ao encontro distraído do amanhã. Num passo lento e febril que projeto na véspera do coentro com a espiga consumida na manteiga. Não encontro a escrita para dissolver meus pensamentos neste tempo surrealista, onde as pedras são lágrimas a derreter o destino. Abrigo-me no espelho da idade para alinhar-me com as sombras de uma procura. Amanhã, acho-me hoje perdido.