Dimensão espiritual
Para que nosso amor seja de fato digno desse nome, precisamos aprender a amar as coisas e as pessoas na sua essência. Pois a essência de tudo é espiritual.
Para que meu amor por alguém não seja uma algema, preciso aceitar que esse alguém tem suas próprias vontades. Preciso aceitar que ele é tão falho, como eu mesmo. E preciso, não sem dor, aceitar que ele poderá amanhã querer seguir caminhos diversos do meu.
Para que meu amor próprio não seja egoísmo, não seja arrogância, preciso entender, acima de tudo, o que sou. E não apenas quem eu sou.
Preciso conhecer, aceitar e vivenciar a minha dimensão espiritual. Para, dessa forma, sentir alegria pelas minha atitudes acima da minha aparência e supostas posses. Coisas efêmeras, e que nos podem ser tiradas pela vida, numa provação, não obstante a mais acurada prudência.
Somente uma alma desapegada no verdadeiro sentido do termo, livre de preconceitos e de ideias mesquinhas, pode suportar os reveses da existência humana e prosseguir vivendo com alegria e entusiasmo.
Somente aquele que se reconhece como um eterno aprendiz tem forças suficientes para encarar os insucessos como uma grande escola.
A tristeza e a amargura constantes são grandes indícios do nosso apego ao hoje em detrimento à eternidade. À existência em detrimento à essência.
Apreciar a dimensão espiritual da vida, com a humildade de quem não busca ser o dono da verdade, é escolher caminhar, num mundo onde a dor é inevitável, sofrendo o menos possível.