Delicado



...que coubesse confortável em todos os silêncios possíveis, um nome bordado na pele com a marca de um sorriso, os dias estendidos por sobre a noite, um desenho revelado por entre as dobras de um tecido, um único motivo, único sentido, único... prá guardar bem no meio da história, prá aquecer a memória, prá encher as mãos vazias, arrebanhar com a delicadeza nunca perdida... que não fosse perdição mas predição dos astros, de se encontrar nos mapas, nos astrolábios a perseguir planetas, a perseguir olhares de estrelas por sobre os mares singrando na sorte daqueles que buscam um norte, uma medida na proporção exata das formas, na harmonia das cores nas auras cristalinas dos humores vítreos, líquidos de escorrer pelos dedos que se ajustam intercalados e se tocam calados, aconchegados na mais delicada possibilidade do silêncio...