VIAJANDO NO TEMPO
E no final da estrada sobra tempo para os pensamentos,
Nessa jornada vital não houve lugar para a percepção,
Da corrida maluca atrás do vento, a lugar nenhum,
Restaram tão somente as questões indefinidas.
Adoráveis infância e adolescência que se foram,
Relacionamentos tão amistosos e desinteressados,
Sem a intromissão das conveniências ativas da cobiça,
Um mundo encantado que trará muita saudade no porvir.
Chega a fase adulta e amigos se dispersam mundo afora,
Cada um faz sua escolha, e todos entram nas batalhas,
E a luta ferrenha endurece o coração dos lutadores,
Agora, conveniências orientam relacionamentos.
E nessa etapa surge a necessária amizade convencional,
Formam-se grupos que comungam mútuos interesses,
No tabuleiro de xadrez todos movem as suas peças,
O objetivo individual, é derrotar seus adversários.
Mas, essa luta desumana, provoca muitas feridas,
Cicatrizes, são as marcas que ficam por toda a vida,
O tempo é implacável não retrocede para as correções,
E o tribunal da consciência exige a prestação das contas.
Eis a terceira idade com ela vem a aposentadoria,
Sobra tempo para reflexões e para a boa meditação,
Agora no fim desta jornada, aumentam as inquietações,
E são muitas perguntas porém onde estão as respostas?
Alguns, mais corajosos, mergulham até nas profundezas,
Abandonam o conforto da planície e sobem montanhas,
Não aceitam viver ruminando os seus pensamentos,
Que trazem sofrimento, e angústia nas incertezas.
Apenas uns poucos privilegiados acham o tesouro,
Lá no cume da montanha em poder da nobre Sophia,
Encontraram o caminho, a verdade e a vida, finalmente,
Foram-se o medo, a ansiedade e angústia, veio a sua paz.