Septuagésimo oitavo dia.

"A quarentena de um poeta"

Septuagésimo oitavo dia"

Em alusão aos mascarados brancos americanos que lincharam e torturaram a liberdade e à serpente sem cabeça cruzada sobre outra que matara milhões de seres humanos, o grupo apoiador do chefe maior tornara praxe o primeiro dia da semana a se manifestar com gestos, bandeiras e vozes.

Como um apache "Cabelo Amarelo", o cacique percorrera o seu território a cumprimentar os seus trezentos guerreiros que desejavam o escalpo do tribunal supremo e insistiram nos falsos atos a favor da democracia a conotar um pedaço da carta magna para seus interesses como se houvesse uma ambiguidade no centésimo quadragésimo segundo artigo que fora escrita numa linguagem totalmente denotativa.

Em outra localidade de pista larga de asfalto, soldados seus se manifestaram até que um adversário acostumado à guerra semanais que era composto por facções rivais se uniram a entrar pela primeira vez na briga a intimidá-los.

O domingo fora marcado por várias manifestações que foram de encontro a lei maior e ao seu guardião. Parecera uma tarde de decisão de campeonato mundial quando aqueles torcedores adversários se uniram numa só cor para defender o país.

Talvez fosse o início de uma guerra civil que longe da polícia local poderia haver a possibilidade de pessoas serem abordadas na rua a ser executadas pelo fato de pertencerem ao idealismo da direita ou esquerda devido ao acender da fogueira, o discurso de ódio implantado pelo chefe mor que copiava as ações desembestadas do chefe da Casa Branca que escurecera.

Aparentara que todos os manifestantes eram imortais a vir de um laboratório que os vacinara contra a pandemia que tentara assolar o mundo, tal era a displicência no encarar das ruas.

O próprio chefe mor poderia estar com o corpo fechado, costurado pelas agulhas negras ou pela passagem relâmpaga do vírus que não se estacionara em seu pulmão.

O surto da maldade

Nas ruas, há homens ocultos

A carregar chicotes da tortura

É a loucura dos fracos

Os repressores da ditadura

A esconder seus rostos

Como o carrasco inquisitor

É da liberdade o oposto

A linchar o labor

E o que mostrara a cara

Com as serpentes nos ombros

Aquele que pisoteara

A vida sob os escombros

É o surto da maldade ...

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 01/06/2020
Reeditado em 02/06/2020
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