Apenas o relâmpago e eu

Passear por ravinas ao longo de caminhos para campos sem fim. Na imagem em mudança, há apenas o relâmpago e eu. Como podemos brincar de esconde-esconde no orvalho prateado aqui? Correndo em outeirinhos sem olhar para trás, perseguindo a chuva oblíqua. Sou uma descarga estrondosa feita de emoções e caprichos. Deixo a escuridão das paredes e o inferno urbano de concreto. O sangue flui para o leite através de capilares finos. Entrar no mundo das flores que dão vida, procurando um caldo de cura. Sou um cativado pelo rosnar do trovão, um pequeno raio luminoso, um coágulo de força desconhecida, um suco fresco de ervas aromáticas. Rasgo as cordas vocais com um grito, me queimo até o fundo, espalhando-me como mel viscoso com uma leve pancada de vinho. Tempestade! Não me tema em vão com sua careta maligna. Amo seu perigo com meu escuro abismo de alma. Transforme os restos de feno em fogueiras dos dias passados. Você é a cena dos céus cantantes. Eu estou escondido em seus braços.

Igor Mit
Enviado por Igor Mit em 29/05/2020
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