O SISTEMA É O GENERAL
Essa grande agitação do fim do ano é normal,
A seguir, surge o ano novo com todo o seu ritual,
Sucedendo as tão festivas comemorações do natal,
E cada um sonhando elaborando o seu plano especial.
Mais um pouco, e já vem logo nosso carnaval,
Depois não comer carne e que venha o bacalhau,
O Sistema assim determina, isso não é de todo mal,
E para imprimir a marca tupiniquim, que venha o curau.
Domingo, festa da páscoa, comilança especial,
E não sobra tempo, para uma homenagem teatral,
Homenageado relegado, crianças brincam no quintal,
Mulheres criando as iguarias estão no fogão de avental.
E segue o ano com o seu calendário comercial,
Dia da mãe, do pai, todas as cores, e santos afinal,
Ovelhas obedientes, diligentes, acompanham o ritual,
Os escribas e fariseus, ficam bem alegres com o festival.
Mas, aparece o coronavírus sem convite formal,
Sem mais nem menos, instaura a confusão infernal,
Detona o poderoso Sistema, que comanda o bacanal,
E o país desorganizado se escoa pelos esgotos no canal.
Constrange observar confusão, no sentido geral,
Longo tempo passa, e não se vê evolução espiritual,
Humanidade não aprende apesar de tão gritante sinal,
Não se sabe o que mais é preciso para acordar o pessoal.