O SONHO DO FILHO DO SERTÃO PARANAIDJI
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Percebeu ainda o menino, no sonho, que através dos cinco sentidos humanos - visão, audição, olfato, tato e paladar - poderia ele descrever algo que, embora tivesse nome, ganharia um elogio poético.
Seria o primeiro passo para ele, no amanhã, fugisse das amarras do analfabetismo? Adão Sousa assim já dizia:
A educação é um meio
De se atingir a civilização.
Assim, todo bom cidadão
Deve guardar no seio
A importante informação
De um mundo feliz,
Mundo que me diz:
Nunca mais a violência,
Mas sim a nobre ciência;
Nunca mais a guerra,
Mas sim paz na Terra;
Nunca mais a miséria,
E, sim, a uma vida séria!
E, dessa forma, Adão foi alimentando esse sonho até o dia em que completou quinze anos, quando, então, resolveu deixar o sertão tão amado.
Entendem nobres leitores! O sertão para o jovem Adão é como se fosse aquele ninho harmonioso e acolhedor, bem trabalhado com galhos resistentes, lugar sagrado, diferente... Um ninho feito especialmente para pessoas amigas, sangue do mesmo sangue.
Absolutamente! Não seria um abandono, uma fuga; porém, apenas uma forma de tentar alcançar a realização plena daquele sonho: estudar numa urbe desenvolvida.
Devemos ter esperança em nossas caminhadas "Guardai, pois, todos os mandamentos que hoje vós ordeno, para que sejais fortes, e entreis, e possuais a terra para onde vós dirigir" (Dt 11.8).
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