*INSÔNIA*
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Insônia , terra que chove ,
Resíduo arsênico de estrelas sombrias ,
Venta em demasia , relampeia ,
Céu carregado com trovoadas exaltadas ,
Solar iludido, arreda do meu interior !
Aqui não é sua residência !
Tu és nevasca , perambula no universo ,
Miuçalha o neurônio ,
Resina obreira indolente , não almeje ,
Perpetuar , fragilizar meu repouso , ou me induzir ,
À rede clínica com altos padrões em faturamentos,
Ou ao divã inútil , luxuoso do psicanalista .
Não venha fazer charme , não deite comigo és frígida ,
És dama , ou anciã aflita , vampiro sugando o sangue ,
Parceira do alopático calmante , ameaça eminente ,
Na perambeira , uma cruz sorumbática na estrada.
Não plantarei no próprio metabolismo ,
O bacilo da Ansiedade ,
Excitando a Alcatéia de lobos , és noturna ,
Tenho amor-próprio , não viverei no alçapão da astenia .
Meu quarto não é seu âmbito , sua textura é alucinada ,
Tire o manto e seu capuz , mostre-me sua cara ,
Anfitriã da linfática angústia ,
Mortificação de muitas noites .
Afaste com seus açoites !
Meu território , não é campo de duelo , onde tu cruzas ,
Espadas com morféul , sua fagrata é gélida ,
Navega nas lacunas frenéticas ,
E depressivas do sistema nervoso ,
Tu escraviza , quer dominar ofuscando a mente .
Você não é folclore , é eclipse ,
Penumbra no satélite do sono ,
Piracema invertida desovando desequilíbrio ,
Nas margens da vida , emissária enfadonha
No paraíso dos nossos sonhos .