*INSÔNIA*

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Insônia , terra que chove ,

Resíduo arsênico de estrelas sombrias ,

Venta em demasia , relampeia ,

Céu carregado com trovoadas exaltadas ,

Solar iludido, arreda do meu interior !

Aqui não é sua residência !

Tu és nevasca , perambula no universo ,

Miuçalha o neurônio ,

Resina obreira indolente , não almeje ,

Perpetuar , fragilizar meu repouso , ou me induzir ,

À rede clínica com altos padrões em faturamentos,

Ou ao divã inútil , luxuoso do psicanalista .

Não venha fazer charme , não deite comigo és frígida ,

És dama , ou anciã aflita , vampiro sugando o sangue ,

Parceira do alopático calmante , ameaça eminente ,

Na perambeira , uma cruz sorumbática na estrada.

Não plantarei no próprio metabolismo ,

O bacilo da Ansiedade ,

Excitando a Alcatéia de lobos , és noturna ,

Tenho amor-próprio , não viverei no alçapão da astenia .

Meu quarto não é seu âmbito , sua textura é alucinada ,

Tire o manto e seu capuz , mostre-me sua cara ,

Anfitriã da linfática angústia ,

Mortificação de muitas noites .

Afaste com seus açoites !

Meu território , não é campo de duelo , onde tu cruzas ,

Espadas com morféul , sua fagrata é gélida ,

Navega nas lacunas frenéticas ,

E depressivas do sistema nervoso ,

Tu escraviza , quer dominar ofuscando a mente .

Você não é folclore , é eclipse ,

Penumbra no satélite do sono ,

Piracema invertida desovando desequilíbrio ,

Nas margens da vida , emissária enfadonha

No paraíso dos nossos sonhos .

SAM MORENO
Enviado por SAM MORENO em 16/10/2007
Reeditado em 18/10/2007
Código do texto: T695947
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