Miúda Indecisão
Ou amo a vida ou amo o mundo
E não me sobra nada
Ou guardo tudo por de trás dos seios
E tenho a paixão asfixiada
Ou amo a vida e amo o mundo
E pretendo mil dessabores
E o peito não tem mais fundo
Ou tenho tudo, mas não os meus amores
Ou não vivo mais um segundo
Ou então duro mil anos
E canto a pulmões plenos
Ou grito de garganta e jeito mudos
Ou levemente alucino
Ou estou completamente enganado
Ora, sonho e bendigo
Ora, sou pobre e maldito
Ou amo a mim, como a ela,
E não me resta nada
E envio meu dengo por carta,
Indo ao fogo minhas lágrimas rasgadas
Ou amo a mim e não mais ela
E me vão embora as noites
Ou não me amo mais, mas, sim, ela
E vivo de solaço bobo, senão, saudades