A tartaruga perdida
Caminhando pelas areias em direção a Ponta Negra encontrei uma tartaruga. A tartaruga encontrada morta estava. Encontrara-a, antes, um grandioso predador (interrogação).
Não. Não havia danos aparentes. Nenhum sangramento ou corte externo. Morrera, talvez, de indigestão (interrogação). Talvez encontrasse um traste no caminho – um lixo flutuante, ao qual obviamente não pudera distinguir se saco ou alga. Perdera a vida assim ou assado. Se a morte foi derivada de intoxicação por um derramamento de óleo, quem poderá atestar. Hoje em nota, afinal, a própria CHEVRON fez declarar: “nenhuma sardinha se quer, teria morrido pelo desastre ambiental que causou”.
Desastre ambiental (interrogação). Sequestro animal. Homicídio doloso – utilizando o linguajar inspirado na tal reforma do Código Penal que saiu hoje no jornal -, morte de milhares de espécies de vida. Homicídio culposo de uma tartaruguinha. E como enquadrar a destruição do habitat marinho (interrogação)
Sim... Este é cada vez mais ameaçado pelo extenuante progresso promissor - a costa brasileira: um ambiente importante que dá suporte alimentício à vida humana, além das aves, é claro! Mas quem se importa (interrogação). Ah, sim. Aos políticos e aos empresários que mais ganham com isso. A destruição em nome da grana.
Pastassem eles e satisfizessem com grama o mundo estaria bem melhor. – Aí o ambiente natural estaria mais preservado! Não haveria tanta pobreza. Não haveria tanta riqueza!
A pobreza gerada pela ganância. A ganância que deflagra a divisão desigual de bens e, portanto, da desigualdade e do desequilíbrio de consumo.O tal desenvolvimento, tal qual esse sistema que vivemos institui e sacramenta: o cinismo, a exploração, a destruição.
NÃO HÁ UM DEUS QUE PODERÁ NOS SALVAR!
E quem poderá salvar o mundo de nós mesmo (interrogação)
Nós mesmos!