A biblioteca Renata
Na biblioteca Renata, livros se amontoam nas prateleiras e delas caem muitas vezes, sobre a cabeça de pessoas incautas, que passada a dor se aventuram a ler cada história, com gosto de eternidade textual. É de livros, afinal que uma biblioteca é feita. Os velhos, os novos, os rasgados, os com poucas páginas ou muitas delas, os com cheiro de gráfica, com cheiro de tinta, com cheiro de vida, com cheiro de gente. Não é diferente na biblioteca Renata, que também é Maria, que também é Cecília, Antônia, Joana ou Carminha. Cada aventura desgovernada em letras é um universo de possibilidades. Na Biblioteca Renata não falta nada. Nem um livro. Nem história nas páginas carcomidas pelo vento, pela água, pela tinta vazada da cabeça do poeta, pela dor e agruras da vida. Foi lá que li livros sobre como a loucura da mente de Van Gogh e o amor doído, escondido de Pessoa, eram na verdade sanidade. É na biblioteca Renata que eu leio. Não só nela, porém...Nela. Eu e o mundo, do mundo que entra na Biblioteca Renata. E todos nós que lemos, afinal lemos pra sempre. Renata, teus livros duram pelos séculos, nós não. Mas é aí, na profundeza da ausência da imortalidade, que teus livros inundam tuas prateleiras.
Um texto, para alguém, Biblioteca.