A vida do avesso
Era uma vez dona Chiquinha,
Era minha vizinha.
Gosta de ir para igreja.
Depois de tomar uma cerveja.
Ela chorava sem parar,
Agarrada a cruz parecia não largar.
A mulher era muito folgada,
Depois de ficar embriagada.
Corria pela rua inteira,
Ela levantava muita poeira.
Chiquinha fazia muita besteira.
Até colocou o marido na coleira.
O marido ficou bravo e foi embora,
Jogou seu casamento fora.
Começou a andar no avesso,
Porque a sua liberdade não tem preso.
Virou a cabeça numa mesa de bar,
Ganhava a vida jogando bilhar.
No bilhar era vencedora trapa,
Não errava a boca da casapa.
Mudou seu nome e seu endereço,
Afinal uma vida livre não tem preço.
Agora ela se chama Marinete,
Joga, pula, dança e nasça chiclete.