Uma Mãe Aflita!
Os sacrifícios que agradam a Deus
são um espírito quebrantado;
um coração quebrantado e contrito,
ó Deus, não desprezarás. Salmos 51: 17
Entre tantas historias contada pelos mais velhos da minha família, tem uma que se eu tivesse lembrado a tempo, teria escrito essa Prosa Poética antes do Dia das Mães, mas ao ler e comentar a Poesia do poeta Christiano, lembrei-me e agora resolvi escrever.
Nunca é tarde para se homenagear uma mãe, pois todos os dias são das mães. Elas só faltam serem Onipresentes, e as vezes o são, pois de intuição elas não perdem para ninguém. Na pequena Cidade de Moreno, Estado de Pernambuco, (minha Cidade Natal) eclodiu uma Revolução. Isso em 1900 e bolinhas, como dizem por aí. Eu nem sonhava em nascer, meus pais ainda eram crianças e nem se conheciam mesmo sendo primos!
Na Cidade de Moreno, ainda existem muitas casas no estilo antigo que são aquelas casas todas iguais e construídas na beira da calçada Uma senhorinha por nome Antônia Leopoldina, tinha seu filho caçula que já tinha uns dezoito anos, e esse trabalhava na Fabrica Societé Cotoniére Belge Brésilienne S. A, quando estourou a dita revolução que falei acima.
D. Antonia Leopoldina, tinha ido á mercearia comprar algumas coisas quando já estava voltando para casa, ouviu os primeiros tiros que vinham lá da Rua Principal e, a primeira pessoa que ela se lembrou foi do filho Cícero. Ela, já estava na rua onde morava e a primeira porta aberta que viu, entrou de “carroção” como falava minha vó, e foi parar no primeiro quarto e ajoelhou-se á beira da cama, nem percebeu que não era a sua casa, e o pessoal da casa ficou olhando para ela e a acompanharam até o aposento.
D. Antonia ajoelhada orou assim: Senhor, tem misericórdia do meu filho Ciço. Não deixa Senhor, que nenhum tiro o atinja. Sabe meu Deus, meu filho é aquele rapaz bem bonito, alto, ele tem um metro e oitenta e está com uma camisa branca e uma calça caque. Te agradeço em nome de Jesus amém. Quando se levantou da oração, foi que se deu conta de que não estava na sua casa. A família que morava naquela casa, quando a viu entrar e ir direto para o quarto, ninguém disse nada e acompanharam-na e ficaram na porta do quarto vendo- a orar. Com certeza alguns se não todos, estavam de cabeça baixa em respeito á velhinha, mas ela coitada, estava aflita ao lembrar do seu filho na rua. A casa dela ficava a duas casas pra cima daquela que ela entrou.
E está lá até os dias de hoje. Uma rua numa ladeira, estreita, calçada de paralelepípedos. Um rapaz da casa, se arriscando, pois os tiros já estavam cada vez mais perto, levou-a para casa, e a família agradeceu por tê-la levado sã e salva. O tiroteio estava acirrado na rua principal, da então pequena Cidade e aos poucos foram tomando as ruas. O Cícero atravessou as ruas em meio aos tiros e chegou em casa sem nenhum arranhão!
"Deus escuta as orações de uma mãe aflita"!
"Deus não rejeita um coração quebrantado"!
Obs) D. Antônia Leopoldina, foi minha bisavó paterna Foi avó de meu pai e da mãe de minha mãe (minha avó materna) Foi bisavó de minha mãe. Era chamada carinhosamente de “Mãe Totonha”.
minha bisavó mãe Totonha, foi a primeira a se decidir por Cristo na Igreja Batista de Moreno. Pe.
Lá eu fui apresentada quando recém- nascida.
No Nordeste, geralmente chamamos os bisavós e avós de Pai Fulano (nome ou apelido da pessoa) e Mãe fulana. O tio Cícero, era tio de meu pai, da mãe de minha mãe, tio segundo de minha mãe e meu tio em terceiro grau.
Carroção:
É o meio de transporte de tração animal, tanto para pessoas como para carregar qualquer coisa.
Entrar de Carroção:
Essa expressão começou a ser usada quando alguém entrava depressa num lugar e sem pedir licença.