ATOS POÉTICOS: UM ENCONTRO
Ato 1
Lembro do sol no meu rosto naquele sábado qualquer, onde o alaranjado invadia minha imensidão em meio ao mar azul que exalava a Baia Formosa, eu velejei ao fechar os olhos e desejar o amor que emanava na brisa que ecoava entre meus cabelos encaracolados e o pulsar das dunas derretendo corais nas maresias de estrelas.
Ato 2
Não lembro do sonho, quer dizer, as vezes ele vem como os beija-flores que aparecem repentinamente e somem em busca de néctar distantes, mas nunca me senti tão bem imaginando aquele lugar, mais parecia um paraíso oculto da minha mente, onde eu fugia para dunas, mergulhava oceanicamente a procura de alguém, mas só conseguia lembrar da tela em aquarela que pincelava minha memória, como cheiro de terra molhada depois de uma tarde chuvosa.
Ato 3
Entre as procuras, eu a encontrei, doce, ácida e quente, entre as entrelinhas de não-ser, e o olhar invasor de quem busca.
Ato 4
Sexta-feira, estamos discutindo por um ciúme bobo, mas tudo isso passa, em seguida ela me conta sobre um sonho que a tempos mexe com seus sentidos, descreve o lugar, eu atenta digo: Eu já fui nesse lugar.
Como quem arregala os olhos para não crença que isso é verdade, eu mando uma foto e logo uma energia estranha invade a janela, parecia termos entrado em outra dimensão, pois eu havia pedido um amor, e ela foi me procurar naquela Baia, porém não conseguimos igualar o tempo do universo naquele dia.
Desde então, parecíamos que vagávamos em corpos, sujos ou limpos, mas precisávamos encontrar algo para preencher um vazio que não sabíamos explicar, era como brilhar e ser apenas uma estrela morta.