Mestre em Sua Casa

Ave ao leão destas terras,

Senhor único de si

E de tudo o que cá floresce

Garras velhacas e à parte sua altaneira,

Louvado seja o seu dragão

Em todos os seus sentidos de inversão,

Suas asas de caverna,

Seu bulhonismo sem motivo

Ou o sangue em seu pelego,

A mácula da mortalidade rapina,

Seu bracejo sem receio,

Seu nome sem mais nenhuma mentira,

Pois que o aparente é ser maldito,

Malvindo, desnascido, contracrástino,

Sob mil evidências e falatório testado,

O que a ele, porém, é desconhecido

Vê lá longe sua verde-limo querência,

Em rochas e tombadas ruínas

Vê lá que aparentam esmeraldas em laca

Encrustadas numa rugosidade toda franca

Pradaria dele de distância e chão,

Encontrar-se-ão as mãos do não,

Carregadas da adaga e do bastão

Sobre seus cavalos da acusação

Desta lonjura, são cegos de seu sorriso,

Obra de irracionalidade de amarelo narciso,

O jardim que conjetura um surdo canto

Tudo isto, ainda assim e entretanto,

Enxergarão aquilo que é sua pira

Fomentada pelo seu sol noturno

Convocando-lhe a gritos de ira

Sem lhe dar passos, sequer reiuno

Sempre distantes

Tão diligentes

Tão jusdizentes

Sempre assentes

Apontassem-se a este estranho castelão,

Convidaria ele, a portas e braços abertos,

Esta faca deles aos quartos

Delicadamente decorados de seu coração

H Reis
Enviado por H Reis em 08/05/2020
Reeditado em 08/06/2020
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