[**] P o s s i b i l i d a d e s ...

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Não são apenas xícaras, mas as nuances da minha percepção…

As mandalas místicas entre os meus lábios junto ao café fumegante, num íntimo perfil do meu semblante. Atesto que de tão lindas; o medo de quebrá-las ao toque dos meus dedos; era constante. Uma xícara e tantas outras com a mesma denominação de arte! Uma arte que me encantava observando-as como linhas pontilhadas com alguma frase; ou uma estampada de azul numa reticência tão blue… Tinha uma menorzinha, filhotinha de um conjunto, que vivia por cima e toda arrebitada que me atrelava diante de sua beleza minúscula. E nela, na minha infância, também sentira o sabor de um chá expectorante . E todos os tipos se aglomeravam; umas empilhadas sobre as outras bundudinhas enquanto que as majestosas iam à frente na sua elegância tão retilínea. Tudo lindo e perfeito; tudo tão clássico e costumeiro quanto o meu devaneio de sempre estreá-las até num ínfimo pouco d’água só para bebericá-las… E aos olhos de minha mãe era sempre um erro. Eram postas apenas para as visitas dizia ela, mas para mim, diante de um êxtase sem fim, era a glória escolhê-las à dedo para o meu derradeiro; quiçá futuro inteiro. A beleza que me deixava ali pensando até em fazer uma arte com um craquelê exuberante. Mas com tudo nessa vida é efêmero; não podia deixar de ser com esmero que hoje as decoro com plantinhas suculentas e afins. E todos os dias são como um poema iluminado, lembro de todo o bocado que as provei e admirei. Algumas se foram; outras ainda inteiras reinam na estante mostrando que a beleza é mesmo uma interminável riqueza de quem as sente. São tantas as possibilidades que até me perco em quantas mais irei adiante inventá-las em alguma parte ou n’algum canto. Assim como a vida itinerante...

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Coldplay - Hypnotised