Dandara.... Ah! Doce Dandara! Como aquela moça era bonita Deus, ela era perfeita, parece que foi desenhada pelo próprio criador. Sua alma reluzia nos seus olhos, seu coração parecia impresso em sua face. Como pode alguém refletir tanta luz? Fisicamente? Ah, que importa, o corpo é só uma morada da alma.

     Naquela tardinha de primavera, sentada no banquinho do parque, Dandara (doce Dandara) observava as flores, as folhas balançando ao sabor da brisa leve e suave, seus pensamentos divagavam e aqueles devaneios impertinentes lhe arrancavam sorrisos e suspiros. Rememorava com certa nostalgia seu “caso de amor” com uma garota no auge da sua juventude.
     Impregnada de desejos e sonhos, ainda revivia aquele período louco, de liberdade e privações. “Como ela era bonita, inteligente, intensa, não tinha medo, não tinha regras. Ah! Como eu era apaixonada por aquela garota. Se era amor? Não sei, talvez fosse”. Suspirava Dandara. Porém, aquela relação tão pressurosa, com a mais profunda sinestesia, não tivera o fim que se espera das histórias de amor. Não, elas não foram felizes para sempre.
     Dandara, moça muito religiosa, sempre concebeu essa relação como um PECADO DE AMOR. Se era pecado? Quem poderá dizer? Quem poderá julgar? Porém, o fato é que as convenções sociais e religiosas, que sempre subjugaram a vida de Dandara, foram as carrascas daquela relação. Como podem imaginar, ela desistiu daquele amor, desistiu do sonho de quebrar tabus de viver sua liberdade, de se entregar aos seus desejos.
     Ela não poderia viver se martirizando por ter cometido aquele PECADO DE AMOR. “Mas, como foi difícil lutar contra aquele sentimento, não amá-la, não deseja-la era como não respirar. Aquele sentimento me sufocava, eu queria arrancá-lo de mim, mas era intenso demais. Hoje, já não lembro dela com o mesmo “amor”, para mim, ela é apenas alguém especial que ficou guardada em um lugar muito, muito abstruso da memória. ” Dandara sorriu, se deu conta de seus devaneios, levantou, abriu o guarda-sol e a passos lentos saiu caminhando.
Dandara, doce Dandara!
 
 
 
 

Josy Matos
Enviado por Josy Matos em 05/05/2020
Reeditado em 28/03/2022
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