Mar de ressaca

O mar está de ressaca... Avança pra cima do continente

O seu tamanho já não lhe cabe

Foi crescendo aos poucos

pouco à pouco, continuamente...

seguiu em frente sem recuar

E agora está a transpor limites

Leva tudo que vê pela frente

Derruba morros

Rompe barreiras

Uma rua inteira

Um bairro inteiro

uma cidade

Um Estado

Um pais

O mar é essa Pandemia

Pandemônio sem homônimo, sem igual

Divisor de águas

Propagador de mágoas e tragédias

Trás o adeus da vida, de como era antes

Que antes era, já não é mais

É agora ais

Estado da calamidade

Mediocridade

Beira do cais

Caos, onde os maus, enricam com mais

E daí?

Deixar o trabalhador parar? Quem assim irá lucrar?

Quantas mortes existem nos 26 bilhões do Itaú?

De que vale o sistema bancário?

Quantas vidas se salvariam num trilhão?

Quantas milhões de pessoas?

Com quantas mortes se faz um bilionário?

#flaviavalencalimapoeta