O tom muda

Já é outro sábado de isolamento social no Brasil, 2 de maio de 2020

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E agora essa falsa graça de solidão nos afeta e estende o medo que sempre existiu em nós, de ir embora daqui sem saber para onde vai

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E agora solto no tempo a Covid 19 nos mantém como bonecos fechados num quarto

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Esse ato de separar um indivíduo ou grupo do convívio com o restante da sociedade, destempera o corpo por dentro, independentemente de idade, por que velho também é gente e merece ser tratado e viver bem

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E agora com medo da perda da vida financeira surgem manifestações ignorando as recomendações, grupos se expõe em público em frente de hospital, nas ruas de São Paulo por falta de amor ao próximo e a si mesmo

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E agora surgem tantos questionamentos, pensamentos, ansiedades, frustrações, delírios e doenças emocionais pela falta da comunhão ou convivência

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E agora Maria e José não tem mais nenhum salvador, a não ser a nós mesmos, com a nossa esperança e fé animadora e otimista

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E agora os outros todos que depositaram no mundo tantos pedidos de saúde, paz e melhores condições de vida para toda a humanidade lotada na Terra, insistem em Bem Viver e Bem Fazer

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E agora o que se pode guardar disso tudo, senão aprendizado de união, respeito, solidariedade, fraternidade, amor incondicional e verdadeiro por si mesmo e pelos outros todos

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E agora mesmo aqueles que duvidam não ser o fim da individualidade egoísta, que há séculos crucifica as massas de vidas por todo o mundo

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O que será de vocês, sem os seus escravos cansados, doentes e velhos para servi-los depois, quando o futuro chegar?

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E agora o que será de vocês tolos que ainda não tomaram consciência das próprias limitações

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A vida está aí para todos se observarem em suas bolhas,

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Agora sem nenhum prestígio ou proteção.