MUDAR DE OPINIÃO (da série "Coisas que falo pra mim mesmo)
Mudar de opinião é ato de coragem, não é pra qualquer pessoa. Comigo, quando decido abandonar uma ideia que aceitava e defendia, a primeira impressão é de insegurança, parece que larguei os corrimões e vou cair. Posso cair mas, se não caio, aprendo a manter o equilíbrio e fico mais forte. A insegurança interna, me parece, é algo a ser enfrentado, senão estarei sempre buscando segurança fora, em pessoas ou grupo de pessoas, e ninguém tem essa obrigação comigo nem consegue me dar isso. Até mesmo os profissionais da área, eles apontam caminhos, mas tenho que escolher um e dar meus passos para nele para ter resultados.
Outros fatores que me desncorajam a mudar de opinião são orgulho e vaidade. Parece que a imagem que construí de mim mesmo, e que passo ao mundo como sendo eu, vai cair em decrédito. Como se eu tivesse essa importância toda para as outras pessoas... penso que se não mudo de opinião, por conta do que outros pensarão de mim, estou abaixando minha cabeça para eles, para meu orgulho e minha vaidade. Também nesse caso me parece que saio fortalecido quando me enfrento e enfrento os outros também. Eu não sou as ideias que defendo, eu sou o que defende a ideia. Se a ideia não é boa, eu me comprometo com ela e me contamino por ela.
Estar aberto a novas ideias e possibilidades é igual abrir janelas e deixar entrar o ar que renova o ambiente e melhora a qualidade da respiração. Se a janela estiver voltada para um esgoto aberto, é melhor fachá-la. E procuro estar atento para quando, em meu jardim, algo apodrece e empesteia o ar que respiro. Melhor cuidar do jardim e do meu ar.