O silêncio das flores
Caminhando em meio as flores do meu jardim contemplo o universo da beleza e do mistério de existir. Nestas pequenas flores revela-se o enigma da vida, mas eu não o compreendo, apenas sinto como é belo existir. A beleza é estar vivo, pedra ou passarinho. Tudo vive, tudo existe; faz parte do mesmo sonho da Vida.
No meu peito há uma angústia serena que me faz querer dormir no seio da morte. Não é uma negação, é vontade de misturar-me a tudo que existe; um desejo de engolir num só gole o universo inteiro. Sei que eu não morro, pois eu não sou "eu". Existir é coexistir, não existo separado do mundo.
O silêncio das folhas levemente acariciadas pelos dedos invisíveis do vento representam o maior enigma que jamais sonhou qualquer poeta. Sinto vontade de chorar; não de tristeza, mas de um misto de saudade e ansiedade; um sentimento de ternura e ausência que preenche meu peito e desagua pelos meus olhos sagradas lágrimas por meio de um poder que desconheço.
Sinto que vim ao mundo e separei-me de mim mesmo; agora desejo voltar para o lugar do qual eu nunca vim. Tudo está aqui, sempre esteve e sempre estará.
Aqui... não em algum lugar. Mas Aqui. O que significa isso? Não sei responder...