Apesar da pandemia
Pensaste que não falaria de amor em tempos de pandemia?
Erraste! Se bem que resulte um contraste.
Também, com meus altos e baixos (sou tão pequenino)...
Porque duvidaste, não me viste olhar pruma flor com olhos cheios de alegria.
Ela que acende umas cores. Os sabores da estação.
Os horrores, não os digo, sigo sabendo pela televisão.
Choro pelos mais sofridos. Me guardo, não bato no peito, e por respeito, me cuido.
Costumo sorrir de volta a quem se mostra feliz.
Porque talvez, não seja só de alegria; o riso disfarça o choro, às vezes.
E se for nostalgia, antes o riso que o lamento.
Mas, se chorares, no entanto, quem haverá de julgar?
O sofrimento, oxalá seja breve. Tese nenhuma defende o contrário.
Tampouco há quem reze a repetição do itinerário.
E apesar da pandemia, os lírios florescem no campo; o amor resiste e afaga; incandesce a fraternidade.