Manifesto subversivo do senso comum

Eu queria ter esse talento de escrever que evapora em gotículas da pele e que garoa. Não tenho. Eu tenho as incoerências e as inspirações - e uma mania de usar travessões, pra expor esses pensamentos mais internos que já estão em primeira pessoa. E o péssimo hábito de rimar sem perceber. Aliás, essa é a característica minha - já pensei que 'distoa', mas me recusei a usar porque estou fugindo de clichês.

Fugir deles, nesse texto, acontece em processo gradativo e gera esse ritmo lento e chato. E é por isso que não limpa ou inunda rua alguma. Rimei novamente nessa linda segunda. Vícios chatos. E é sobre hábitos que tenho a dizer, fugir do previsível é correr em areia movediça. Quanto mais me mexo mais tudo me atiça. Me pertuba. Me engole. Como refeição. Não dá pra fugir daquilo que não foge de mim. Aceitar? Usar uma palavra famosa pra dizer que vencer é persistir? Não. Isso seria muito corriqueiro. E esse texto,novamente, serve pra varrer a onda de volta pro mar. Um desperdiço de palavras, de energia e do próprio português.

É nesse ponto pessimista - perceba que estou tentando me manter fiel a gradação prometida, que peço desculpas à gramática e aos redatores por tanta crase errada vírgula fora do lugar ademais conjunções equivocadas. Esse texto além de subversivo, quer ser modernista - e eu não acho que ambos sejam sinônimos pra mesma coisa. Alguns erros eu fiz de propósito, na luta pela condensação inicial. Por favor, leitor, faça cara de confuso, alimente o meu maior propósito - quão ocupada estou pra esse ser meu MAIOR objetivo... Inverter clichês com tanto travessão repetido. Não há como fugir da essência natural da escrita, ela fica - percebe?!, perseguindo qualquer artista...