Culpa...Qual o limite?

Revirando outro quadro das minhas memórias encontrei a culpa:

Meu pai era rígido ao extremo, principalmente com o filho primogênito.

Quando somos adolescente queremos descobrir ou fazer algo que nos faça feliz...Por medo dos genitores, seguravam .

"UM dia falei que ia trabalhar no sábado, ao invés disso fui com colegas do trabalho no pico do Jaraguá....Com marmita, afinal, sai de casa com destino ao trabalho.

Que inferno foi essa minha aventura, chegando lá o calor era escaldante, comprei uma camiseta regata para conseguir subir até o pico.

Subimos, creiam, não me lembro se foi agradável ou prazeroso essa aventura, a minha preocupação de chegar em casa casando o horário habitual me tirou totalmente essa sensação que deveria ser legal.

Chegamos na estação de trem...

Que azar, tudo parado, houve um atropelamento nos trilhos, senti um misto de preocupação é a sensação triste de ver que alguém havia perdido a vida.

O trem demorou mas voltou ao funcionamento normal, risos amarelados, por sorte cheguei primeiro que meu pai.Quando ele chegou...Acho que estava visivelmente escrito na minha testa o que tinha feito...Simplesmente me sentia horrível por dentro."

Não muito tempo depois

Quando eu e meus irmãos fomos com meu pai para Iguape, la conheci uma menina da minha idade, tinha 15 anos.Era Carnaval, Meu pai nos deixou ali naquela casa, Beira de praia, foi pescar.

A menina a qual não me recordo o nome, me chamou para pular Carnaval, matine, na cidade.

Fiquei acesa com a ideia, mas estaria desobedecendo meu pai.

Vamos, Vamos, voltamos antes deles.

Fomos, não consegui me divertir, pensando no meu pai.

Vamos voltar?

Estava quase implorando pra menina.

Voltamos, Estava me sentindo muito mal.

No dia seguinte a tarde voltamos pra São Paulo, cansados eu dormi.

Tive um pesadelo, tinha um saci pulando na minha cama...Desesperador, me acusando de ter ido pular Carnaval.

Ao amanhecer, achei uma vela e acendi no fundo quintal, rezei pra todos os Santos, com a intenção de aliviar aquela sensação desagradável.

O sentimento de culpa atormentou de uma forma, transformando nesse sonho horrível...Minha consciência simplesmente me condenava.

Não foi uma coisa tão fora do normal, mas na época a desobediência e o medo juntos foram meus piores pesadelos.

Culpa, qual o limite?

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 26/04/2020
Reeditado em 27/04/2020
Código do texto: T6929708
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