Quadragésimo dia
"A quarentena do poeta"
Quadragésimo dia:
Assentado em minha poltrona a tentar me proteger do perigo eu observara o sagu como um pavão verdeado que antes me espetara a se soberbar diante do meu temor.
As plantas estiveram imunes a guerra sem bombas, o inimigo poderia pousar sobre suas folhas, contudo sem poder sufocá-las, pois seus espinhos o repeliam como os meus braços.
A letalidade do dia dobrara enquanto houvera a discursão do entra e sai dos altos comandos.
O comandante demitira o homem que sabia o segredo de um dos seus e um de seus guardiões se desencantara.
A balança da justiça pesara mais para um lado a contradizer o símbolo da licitude.
As vozes da honestidade ficara em silêncio e o que se esperara era o equilíbrio a vir de uma auto exoneração.
Em pleno caos da pandemia havia uma loteria que definiria o resultado ao meio dia, este excesso de assonância definira o lirismo da dança.
E fora o que a maioria esperara, o árbitro que trocara o forum pelo ministério se surpreendera com a políticagem e se despedira a deixar sua cadeira vaga para o fantoche.
Houve um congestionamento nas bandas largas, os bits partiram em disparada para formar termos pejorativos e imagens montadas para viralizar.
Os contritos calaram-se, porém, os maçadores não tiveram compostura a se comparar com o próprio mandatário.
À noite, quando o texto editado fora lido, houvera justificativas embaraçosas de defesa e acusações de calúnia. A caça da verdade que estivera moribunda era o próximo passo do capítulo do confronto que se iniciara e uma acareação seria interessante, segundo a sugestão da imprensa.
Em suma, aquela contenda dentro do forte facilitara mais ainda a ação do inimigo que contivera um exército de catapultas a lançar gotas de fogo sobre todo o território nacional.
Sem cera
Haverá faces sem cera
Não existirão fachadas
Que à socapa faleça
E a moita desapareça
Quiçá exista um barca
Uma balsa do inferno
Que sugue a peita
E não haja mais seita
E se afogará a cobiça
No fogo maciço
Que só se apagará
No findar da praga
E um mundo sem cobras
Sem sobras,
Sem cordas,
Talvez sincero, sem cera