Confissão

Estou destinado ao fogo

E ao martinete

Fracionados e interpenetrates

Meus conjuntos vivos em ferro negro

Estou mergulhado em álcool,

De loucura acusado,

Confrontado e infamado,

Enquanto me floreia o aranhol

Dizem-me o fugidio, como epíteto,

Não sei bem se nego,

De cá, sob alguns pés de terra,

Como em germe de espera, mas acorrentado

Dizem-me bravejado e vociferado,

Mas estou despossuído somente

E por isto mesmo grito

Com o trovão todo do meu rumorejo mudo

Quero apelar aos meus sulcos:

"Estes que fechem

Que não sou mais um rio tão jovem

Nem mesmo recebi dos anos ser arguto

Quero apelar que me interpelem

Ou que então me hesitem

E que me sirva a aliteração do meu pleito,

Mas vejo não estar no direito

Confesso

Não ser nada daquilo que confesso

Reitero

Não saber nada disso que repito

E reitero que,

Mas não digo

E confesso que,

Mas ora creio que minto

E minto, e minto e minto

H Reis
Enviado por H Reis em 25/04/2020
Reeditado em 25/04/2020
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