Trigésimo oitavo dia

"A quarentena de um poeta"

Trigésimo oitavo dia:

Uma confusão generalizada mostrara o país nas mãos dos egocentristas políticos que pensaram somente no poder.

Em plena guerra onde houvera mortes a cada dia e a quantidade de leitos não bastaria caso houvesse covardia, eles ignoraram a pandemia a maisquerer a disputa política. O deputado corrupto confesso que outrora defendera um presidente cassado declarara contenda contra um presidente letrado que apoiara um deputado investigado que atacara um presidente insensato.

Uma corja de indivíduos que não sofrera com a dor alheia abrira sempre os portões dos fundos para os empreiteiros.

A imagem de um velho conhecido me fizera lembrar do programa "O povo na tv" que gerara temas polêmicos e satíricos. Entre um dos apresentadores existira um gordinho que utilizara de sua retórica para aumentar o seu prestígio na política a conseguir liderar um partido. O pombo correio que levara e trouxera propinas para alguns políticos deixara cair sobre a imprensa o escândalo que fizera o estrevistador se colocar no lugar do entrevistado e longe das sátiras alcaguetara seus companheiros.

Recordara-me também com mais surpresa o troca-troca e apoio ao seu atual inimigo mortal quando lhe aliara na busca do mais alto escalão do governo.

Tudo isso me fizera pensar nos tantos esforços que são feitos para se caçar um perigoso animal para depois soltá-lo a vê-lo novamente atacar quando temos a oportunidade de prendê-lo numa jaula ou expulsá--lo de nossas terras.

Ressuscitara-se o aposentado que pleiteiara voltar à festa quando o inimigo infestara a impedir rituais dos mortos.

"O povo aquiesce com a situação a ter a memória como a imediata dos cães que esquecem em tão pouco tempo os eventos específicos".

Cabedal

Larápios empossados na tribuna

Assentados à mesa do poderio

Plantados a serviço da verba

Velhos reputados pretores de Roma

Os gestos das mãos dos maestros

Não são acenos da benção

É um código de abertura da burra

A corroboração do delito

Crimes sem provas cabais

Sociedade sem prognose

Moroso lavar a seco

Para que não as notas tose

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 23/04/2020
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