"O SILENCIO É DE MORTE"
"O SILÊNCIO É DE MORTE"
(A saga de três alicates)
"Três amigos alicates se encontraram para bater papo no boteco da esquina
O primeiro pediu cerveja e uma porção de torresmos
O segundo, amigo de muitas datas, sorriu e olhou de soslaio
O terceiro, meio desligado, chamou o dono do bar e pediu 'A Gazeta Esportiva'
O dono do bar, um português, metido a galhofeiro,
Foi logo dizendo sorrindo, com um palito entre os dentes:
'Ai jesuis, lamento, mas esse jornal parou de circular
Depois que a Lusa foi rebaixada, no campeonato brasileiro...'
Olvidou-se assim a leitura de tal vespertino e passaram a falar
De três coisas que os homens (alicates) conversam em um bar:
Política, futebol e mulher...
O alicate do meio já um tanto 'alto' (alicates são assim, azinabrados e fracos para as bebidas), ensaiou um protesto e disse que se o Lula fosse candidato ia fugir pro meio do mato e nunca mais voltaria...
Passaram a falar da deusa loira, diva do 51, que fugiu com o catador de latinhas, pois o marido doente não dava mais no couro...
E como alicates não costumam ficar de bicos fechados, o alvoroço foi enorme, quando viram a tal Diva passar bem ao lado
Ensaiaram então, um silêncio de morte, e o alicate (o do meio), ainda sóbrio, se levantou, pagou a conta e embora foram todos, pois era o único lúcido.
Por ser uma ferramenta de corte."
*O silêncio é de morte*
By Julio Cesar Mauro
22/04/2020