Objetos
Cá estou com minhas moedas, algumas delas da minha infância, eu às guardei, quanto tempo se passou... A melancolia bate a minha porta, toc, toc, toc, deixo-a entrar._Sente-se comigo por favor! Você sempre é minha amiga.
Que tal aquele mate?
Aquele do leão qual coávamos, adoçávamos e bebíamos, naquelas tardes de sol com bolinhos de chuva... Lembra?
Cá estou com meus canivetes... Tenho um do tipo pica-fumo igual do meu avô, o fumo que na feira comprava, na palha enrolava, contando-me estórias que o meu futuro aguçava.
Óh que tempo feliz!
Cá estou com relógios de bolsos, daquele que o sapateiro usava, do mesmo que o leiteiro contava, enquanto eu nem sabia ler.
Cá estou com algumas bolinhas, das estecas que jogávamos, dos triângulos que brincávamos, enquanto no futuro não pensava e agora estou por aqui...
Óh que tempo remoto!
_Vai-te querida não fiques mais!
A noite já se aproxima, o vento frio me confina, lá fora o tempo é ruim...
Aqui faço meus gostos, pela falta de amor eu não sofro, fico com os meus objetos qual fazem meus lábios sorrir.
_A tua visita agradeço, à Deus e com muito apreço, tão cedo não desejo partir.