Trigésimo segundo dia

"A quarentena de um poeta"

Trigésimo segundo dia:

Havia uma mesa redonda onde existira uma resenha sobre as substituições nos escretes da saúde. Os palpites da queda eram os mesmos, porém quem deveria substituir o camisa dez azul de passe muito valorizado era motivo de apostas e o número de permutas era à vontade naquele jogo de bola ou búlica.

A performace dos comandados não era boa, pois o adversário estivera a sair na frente e a virada dependeria de muito malabarismo e sabedoria por parte dos nossos guerreiros.

Atacar e defender em grupo seria uma das táticas defendida por alguns cronistas, marcar por zona era outra alternativa pouco aprovada e o jogo aberto e clássico diante de um rival reforçado era suicídio para os que queriam a manutenção da tabela, porém para os fanáticos seria o tudo ou nada.

As análises dos comentaristas eram feitas em três partes:

A ideia de grupo fora mais aceita e mesmo com a permuta do líder da equipe e seu auxiliar, acreditara-se na pegada forte no cangote do opositor sem deixá-lo criar formas de furar o bloqueio. Ao atacar, a precisão dos atacantes seria fundamental pela forma que eles apresentavam nos aprontos de véspera. Este era um método muito inteligente como o de outros modestos competidores;

A marcação em pedaços do campo abriria espaço para o artilheiro ambidestro que vinha bufando a penetrar na grande área a atropelar os defensores atordoados que em linha postavam-se a tentar o impedimento;

O jogo aberto era ordem do cartola que nunca dera um pontapé na pelota e a sua atitude deixaria sua equipe vulnerável a sofrer uma inesquecível goleada como aquele massacre dos alemães no estádio lotado.

Além de palpitar, ele criara uma rivalidade entre um grupo de torcedores que só teria a a perder porque o intuito da vitória parecera esquecido, pois o que importara para o magnata era a renda da guerra.

A bola do jogo poderia ter gomos lisos e ser bela como aquela protagonista de parte da minha história:

O meu sangue

Ela veio tão quente e forte em minha direção

Eu não quis evitá-la a desviar meu corpo

Enfrentei-a corajosamente colocando à frente minha cabeça

Para evitar o tento e o grito engasgado do cidadão que apostara

Minha seca cervical sustentou a pedrada por hora

O sangue aquecido aliviava a dor deveras

E pudera me levar a outras façanhas dentro da arena

Para que eu pudesse mais tarde contar a minha história

No encerrar do evento houve lamento do dono da farra

Que não esperava a falta dos socos nos ares de seus matadores

Dominados pelos senhores do empenho a favor do encanto

A se uniformizar de um manto suado de garra

E o oponente enfim estendeu a mim a sua mão confrade

A deixar para trás toda rivalidade no convite à resenha

E a senha era a idade dos meus cabelos brancos

E a saudade era morta vagarosamente pela felicidade do encontro

O recordar das peripécias aprontadas pelo destino dos papas

Favorecia as gargalhadas dos que vieram depois do tetra

A ouvir nossa memória, a nossa estória

Era como se fosse a reprodução de uma fita de videocassete

E o tempo trouxe a tarde para que terminasse a minha emoção

E o sangue esfriara em meu corpo e minha cabeça estava a latejar

Era o esforço daquela jogada ao enfrentar aquele corpo envenenado

Que vinha em disparada a querer furar as mãos do meu guardião

Voltei doce aos meus e contei o júbilo e não a dor que deveras sinto.

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 17/04/2020
Reeditado em 17/04/2020
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