Luz da aurora.
De um passo em falso veio a letargia melancólica
Que expressa hoje a face, os olhos.
Não, não foi uma passada larga.
Foi um passinho... Desses passinhos repentinos.
Aquele que quando se vê, já foi.
Mas essa melancolia não chega a ser triste.
Antes, é companheira, cúmplice generosa
Das tentativas vãs dos acertos.
Não há as lágrimas dos arrependimentos
Não há sequer arrependimentos.
Apenas algumas constatações habituais.
Sim, força do hábito das análises profundas
Que por vezes não deixam em paz a alma.
E então essa melancolia letárgica nubla
Aquele riso, aquele brilho singelo do olhar.
É como se uma nuvem cobrisse a lua
E não víssemos as estrelas
Entretanto não poderemos resistir a aurora.
Ela traz aquela luz que entranha n'alma.
E a vida submergida vem à tona
Com seu pequenos carinhos diários
E entrelaça risos e bocas, luz e olhos
E sem perceber... Foi dado outro passo.